domingo, 8 de maio de 2022

E fora do story, você tá bem?

 

Oi pessoal,

É  um texto mais reflexivo, mas também  quero dar dicas de séries e livros. Já parou para pensar que por trás de um meme pode haver uma questão interior?

Não faz muito tempo meu orientador do mestrado falou que os professores estavam preocupados, pois os temas dos trabalhos criativos estavam girando em torno de suicídio e depressão.

Não sei se por coincidência, mas dia 19 de março saiu no caderno Folha ilustrada da Folha de São Paulo, uma materia intitulada "Mal-estar na civilização". O titulo não me chamou tanto a atenção, até uma amiga me enviar o video abaixo:


Ando percebendo o aumento dos transtornos tanto em meu entorno, como em obras litérarias, séries e até filmes e essa matéria, junto do vídeo, só me comprovam o que já era observado.

Minha psicológa disse que o título da matéria na folha é o titulo de um livro de freud. Estranho como algumas coisas antigas são tão atuais.

Eu não sei vocês, mas fora do story eu não estou nada bem. Sinto uma ansiedade crescendo e uma vontade de fazer tudo para ontem. É como se agora que a vida está supostamente voltando ao normal, eu precisasse correr atrás do tempo perdido.

É muito difícil parar e esperar.

O que tenho tentado fazer é práticar atividades que precisam de tempo e concentração pode ajudar. Eu tenho pintado, dançado e até tricotado.

Uma das obras recomendadas na matéria da folha é o livro Kim Jiyoung, Nascida em 1982, escrito pela sul-coreana Cho Nam-Joo. Este é um best seller vendido pelo mundo todo e que chegou ao Brasil em março.

O livro acompanha Kim depois que ela se torna mãe e pede demissão do seu trabalho em uma agência de marketing para cuidar da bebê. Incorporando a mãe, avó e outras mulheres que estão em sua vida, o marido resolve leva-la ao psiquiatra, que suspeita de uma depressão pós-parto que progrediu para depressão materna, mas sem conseguir diagnosticar algo ao final, ele chega a conclusão que a paciente sofre do machismo estrutural da Coreia do sul.

A máteria fala como o livro trata o machismo na Coreia do sul nos anos 1990 e estou ansiosa para ler a obra, nunca fui muito de acompanhar a cultura asiatíca, mas desde que assisti Romance is a bonus book, dorama disponível na Netflix, tenho buscado consumir mais a cultura sul-coreana.

A mátéria recomenda outros livros que abordam a terapia também, porém quero focar em outra dica. O autor da matéria, Pedro Martins, aborda o filme Matrix: Ressurrections, que fiz crítica lá no Geekblast, onde o protagonista Neo, vivido pelo Keanu Reeves, procura um terapeuta por acreditar que está vivendo na simulação que usou para criar seus games.

Na HBOmax você pode ver o quarto filme de Matrix e ainda a minissérie Cenas de um casamento com Jessica Chastain e Oscar Isaac, na qual os personagens são "analfabetos emocionais", como disse o diretor. O que significa que todo mundo tem dificuldade de encontrar palavras para expressar suas emoções. 



Sabe quando você sente aquela angústia, porém não sabe como explicar o que está sentindo? É assim que os personagens criados por Ingmar Bergman são. Além de acompanhar esse casal que é tudo dem, já melhora o humor só de vê-los, não é?

Tem se falado muito sobre a Síndrome de Burnout ultimamamente, especialmente porque nos últmos anos houve um aumento do culto ao trabalho em excesso. A pandemia acbou por demonstrar que precisamos pisar no freio e olhar ao nosso redor.

Estamos vivendo ou só nos matando de trabalhar para comprar coisas e exibir nas redes sociais? É saudável seguir os famigerados coachs e trabalhar enquanto eles dormem?

Felizmente parece que 2022 é o ano para se reavaliar isso. O Brasil ocupou a melhor posição no Relatório Mundial de Felicidade da ONU em 2013 e estava em 24ª e desde então se mantem distante, mostrando que as novas gerações não estão bem fora do story.

E para as mulheres é ainda pior, pois a sociedade tem o péssimo hábito de colocar em nossas costas todo o peso relacionado com a família. Estou lendo A filha perdida, de Elena Errante, e com adaptação para um filme na Netflix, onde a personagem principal sofreu com essa sobrecarga.



Leda, até a parte que estou, está aliviada por suas filhas terem ido morar com o pai e ela ter mais tempo para si, mas ao mesmo tempo, depois de encontrar uma mãe mais jovem com uma filha pequena, ela começa a pensar no período em que as filhas eram pequenas e nos sentimentos que tinha e que não seriam compreendidos por outras mães.

Ela acha que está sozinha, que outras mulheres não entenderão a falta que ela sente de não ser apenas mãe, mas mulher, um ser humano. Me interessei em ler o livro apos ouvir um debate na Rádio CBN e super recomendo que o escutem também, para complementar o tema desse texto.

Na minha opinião, Leda precisaria fazer uma terapia, contar para alguém sobre o momento em que deixou as filhas com o marido enquanto elas eram pequenas e como foi voltar depois. O que a fez chegar a esse limite. Espero que o livro responda. Em breve volto para contar o que achei dele.

Você cuida da sua saúde mental? Ou considera isso algo para quem está muito mal? E se for assim, você acha que está bem? Nenhuma questão existencial, nada que te preocupa? Como você faz?

Essas são algumas das perguntas que me passam pela cabeça quando a pessoa diz que não acredita em terapia.

Me conte nos comentários o que você tem feito para se sentir melhor. 

4 comentários:

  1. Atualmente estou bem, mas já passei por esses momentos difíceis. Eu me cuidei, graças a Deus, por isso estou bem.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Emerson,

      que bom saber disso. Continue se cuidando sempre tá?

      abraço.

      Excluir
  2. Oi Lá, tudo bom?
    Então, além da terapia, os livros são minha principal fuga.
    Não, não to bem fora dos stories também. Comigo, a ansiedade gera um medo da incerteza, do futuro e penso: e se tudo der errado? Além de não saber lidar muito bem com meus próprios erros. Ou seja, estou cag*da, mas a gente vai um passinho de cada vez! rs
    Saber que não estamos sozinhas nesse mundão louco, dá um pouco de acalento no coração né?
    P.S.: Ver você aqui no blog de novo, é muito bom! ♥
    beeeeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. OI Ale!
      tudo indo né?
      Poxa, que coisa, espero poder fazer você se sentir melhor :)

      Também estou muito feliz de estar de volta!

      Excluir