Oi pessoal!
Faz um tempinho que estou enrolando para fazer a resenha de O mundo sombrio de Sabrina, mas já teve publicação com análise do estilo da personagem aqui no Tear. A história da série é baseada nas HQs publicadas pela Archie Comics.
A série atual não tem nada do seriado dos anos 90 estrelado por Melissa Joan Hart, Sabrina - Aprendiz de feiticeira, mas os personagens que já conhecemos estão lá, mesmo que de maneira diferente.
Na cidade de Greenville, Sabrina (Kiernan Shipka) tem uma vida aparentemente normal, porém quando vem chegando seu aniversario de 16 anos, ela se vê em um dilema. Sendo metade mortal e metade do mundo das sombras, pela origem de seus pais, ela tem convivido com os dois mundos e tem de escolher assinar o seu nome do livro da besta e se deixar guiar pelo senhor das trevas ou renunciar a todos os seus poderes e se afastar da família que lhe resta.
Contudo, quando se viveu a vida toda entre humanos, é difícil desistir tudo para se entregar aos seus poderes, principalmente quando se tem amigas tão legais, um namorado que te ama e liberdade de se expressar da maneira que acha certo.
A primeira temporada, ou primeira parte já que a Netflix dividiu a temporada, é basicamente sobre Sabrina ter de assinar o livro, mas não querer. E parece simples, não é? Ela não quer assinar, não assina e pronto. O problema é que como metade bruxa, se ela não assinar o livro, perecerá (irá envelhecer mais rápido e perderá seus poderes, uma parte de si).
O mundo das sombras persegue Sabrina, mas ao mesmo tempo ela não consegue deixa-lo de lado. Ao invés disso, ela tenta subverter-lo, mudando o que acredita estar errado e desafia o Senhor das trevas. Ao descobrir sua verdadeira origem seus amigos ficam assustados e depois de muitas decisões erradas, de ambos os lados, ela acaba se afastando deles.
Apesar da relutância, ela acaba assinando e é neste momento que tudo muda. Ela abraça seu lado sombrio, se afastando de seus amigos mortais e entrando de cabeça na Academia de artes ocultas, com o objetivo de mudar as coisas e já de cara com uma petição para ocupar uma posição tradicionalmente de homens.
Sabrina percebe o quanto o Supremo Sacerdote é machista e misógino, o que que se contrapõe bem com seu espírito não só transgressor, mas também livre. A série traz sororidade entre amigas, quando Roz (Jaz Sinclair) e Sabrina tem uma conversa franca sobre amigas que se apaixonam por ex. Admito que eu não teria esse desprendimento, embora Sabrina visivelmente ainda esteja confusa com seus sentimentos, ela cria um laço com Nick e acaba deixando Harvey (Ross Lynch) seguir em frente.
Esses 10 últimos episódios tocam muito na história da primeira esposa de Adão, Lilith, e o desejo do Supremo Sacerdote Blackwood de fazer da Igreja das sombras uma religião machista e com o poder apenas aos bruxos, subjugando os humanos. Na primeira temporada temos um vislumbre das regras machistas e conservadoras que o Supremo Sacerdote acredita e que até mesmo as tias de Sabrina, principalmente Zelda, a mais conservadora das duas, admite serem excessivos, os mais velhos e poderosos da igreja parecem estar presos em uma ideia antiga de submissão feminina que há muito deveria ter sido esquecida. As tramas ficam mais tensas, deixando o lado adolescente que se assemelhava em muito com Riverdale, que se passa no mesmo universo, de lado.
Nota: Vale muito a pena (4/5)
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